segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Inaugurada, na Alapraia, a Casa do Alecrim

               Destinada a acolher 30 doentes com a doença de Alzheimer, em regime de internamento, a apoiar 50 em regime de centro de dia e 15 em apoio domiciliário, foi inaugurada pelo Sr. Presidente da Câmara, na tarde de Dia de Reis, na Alapraia, a Casa do Alecrim, uma iniciativa da Alzheimer Portugal, associação que reúne familiares e amigos de pessoas com essa doença.
            Trata-se de uma doença de peculiares características, determinada pelo precoce envelhecimento das células, que leva a pessoa a perder a noção de espaço e de tempo e, por conseguinte, de relação; exige, por isso, naturalmente, um tratamento específico e especializado, num ambiente propício.
            Criada há quase 25 anos, a associação tem procurado promover, a nível nacional, uma consciencialização cada vez maior de como podem conseguir-se respostas-modelo, que privilegiem a autonomia e a liberdade do doente, num processo em que o envolvimento da família é imprescindível. Foi criado, em Lisboa, a 6 de Janeiro de 2003, o 1º Centro de Dia Prof. Doutor Carlos Garcia (o fundador da associação) – daí também o simbolismo da data de 6-1-2013. E a associação detém o Centro de Dia  ‘Memória de Mim’, que funciona em Lavra, no concelho de Matosinhos, a cargo da delegação norte, e estás prestes a abrir outro, o Centro Marquês, em Pombal, sob tutela da delegação do Centro, augurando-se boas perspectivas para que idêntico equipamento venha a ser construído na Madeira.

A Casa do Alecrim
            Resultou este empreendimento da conjugação de um conjunto enorme de boas vontades e de parcerias quer de entidades publicas – em primeiro lugar, a Câmara, que cedeu o terreno – quer privadas (o Lions Clube de Cascais-Estoril, a Inner Wheel Cascais-Estoril, entre outras) a vários níveis: donativos, mecenato, voluntariado... Aliás, cada quarto é diferente, assinalando-se à entrada quem se responsabilizou pela decoração e deu o equipamento – um pormenor deveras cativante. O projecto foi oferecido. Os interessantes quadros que ornam as paredes dos corredores foram realizados, em Setembro de 2010, no âmbito da Acção de Responsabilidade Social da Generali, companhia de seguros que também tomou a seu cargo o ajardinamento do complexo.
            Descerrada a lápide e benzido o edifício pelo Senhor Prior, procedeu-se à visita às instalações.
A cerimónia protocolar começou pela oferta, da Dra. Dina Lopes, de um quadro de sua autoria e de uma cameleira. Maria do Rosário Zincke dos Reis, presidente cessante, pediu, de seguida, uma salva de palmas para o Dr. António Capucho, o «grande responsável por tudo isto», pois foi no decurso do seu mandato que se concretizou, em Setembro de 2003, a cedência do terreno onde o edifício se encontra implantado, e salientou o elevado espírito de colaboração demonstrado pelo empreiteiro, a Poliobra – Construções Civis, Lda.
A 1ª pedra foi lançada a 4 de Julho de 2009 e não pode dizer-se que o processo de execução não tenha sido longo e complicado. A licença de utilização já está concedida (adiantaria de seguida o Sr. Presidente da Câmara) e, por isso, a entrada em funcionamento vai agora ficar dependente da regularização dos acordos de cooperação com o Governo, designadamente no âmbito da Segurança Social, tendo a Dra. Mariana Ribeiro Ferreira, presidente do Instituto da Segurança Social garantido que tudo fará para que sejam rápidas as fases desse processo: «Esta casa», frisou, «é o exemplo do que é possível fazer neste concelho, onde existe uma rede social fortíssima, capaz de levar a bom termo uma resposta inovadora, como esta».

Uma lógica positiva
Carlos Carreiras saudou a presidente cessante e o novo presidente da Alzheimer Portugal, Engº João Carneiro da Silva, que nesse dia tomou posse, assim como a Dra. Fernanda Carrapatoso, que vai dirigir a Casa, e agradeceu, em seu nome e no de António Capucho (também presente) as palavras que haviam sido dirigidas à Câmara Municipal.
Acentuou o apelo a acreditar, a não desistir, a trabalhar no vector «bem-estar», uma das preocupações primeiras do Executivo a que preside. Cascais terá para isso o apoio de especialistas de renome e também nesse quadro esta inauguração não deve ser entendida como ponto de chegada mas, de modo especial, como ponto de partida. Referiu ainda quanto lhe agradara a possibilidade de haver cedido mais uns metros quadrados junto ao edifício, do lado norte, a fim de ali serem implantadas hortas, nomeadamente para serem cuidadas pelos utentes.
Três vasos de alecrim foram simbolicamente oferecidos a C. Carreiras, A. Capucho e a Mariana Ribeiro Ferreira, respectivamente, bem como a todos os voluntários colaboradores.
Seguiu-se um carcavelos de honra no salão, enquanto no pátio interior a banda da Sociedade de Instrução e Recreio de Janes e Malveira, que já dera as boas-vindas aos convidados no início da cerimónia, ora os brindou com um concerto.
Para além das personalidades citadas, refira-se a presença do Sr. Presidente da Junta de Freguesia do Estoril, Luciano Mourão; do deputado Dr. Ricardo Leite; do vereador da Saúde e Acção Social, Frederico Pinho de Almeida; do Dr. João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias (a ANF também colaborou no projecto); e da Dra. Leonor Beleza, que foi acompanhada na visita às instilações pela Dra. Manuela Mourão Morais, sem dúvida a grande pioneira da associação e, no seu início, uma das suas principais dinamizadoras.














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