Abriu
a sessão o Dr. António Carvalho ,
director do Museu, que se congratulou com a realização
da sessão, dada a circunstância de ele próprio ter participado, enquanto
técnico da Câmara Municipal de Cascais, em muitos actos, no País e no estrangeiro,
ligados à reabilitação da memória e
em homenagem ao cônsul, designadamente no quadro dos testemunhos expostos e guardados
no Espaço dos Exílios, no Estoril, dedicado, como se sabe, a quantos, no
decorrer da II Grande Guerra, por aqui passaram a caminho dos Estados Unidos e
outros países, fugindo à perseguição
nazi.
Uma
evocação com que a representante de Edições
Esgotadas também se regozijou, agradecendo o pronto acolhimento dado à
iniciativa por parte da direcção do
Museu.
Coube
a José d’Encarnação a apresentação do volume, que se enquadra, disse, nesse
movimento geral de repúdio do holocausto e de reabilitação
da memória de um acto de puro heroísmo, consubstanciado na passagem de vistos,
pelo então cônsul de Portugal em Bordéus, aos judeus em fuga. Relacionou esta
obra com a de Júlia Néry, O Cônsul,
de 1991; deu conta do currículo da autora, que, por exemplo, ganhou, em 1990, o
prémio Revelação , da Associação Portuguesa de Escritores, com o livro Eu, Lourenço, Andarilho da Vida; e
sublinhou o profundo significado do subtítulo da obra em apreço, «30 000
vidas humanas», num momento em que ao cego capitalismo reinante interessam
números e falta essa imprescindível perspectiva humanista, porque «vida é
existência, é sonho, é perspectiva de futuro, é comunhão com uma família, uma comunidade»,
aspectos que, na verdade, muito arredios andam da política contemporânea. Um
livro, concluiu, de leitura deveras alicia nte,
«a gente pega nele e não despega», porque o enredo nos inebria e… queremos
chegar ao fim!
Teresa
Mascarenhas agradeceu, no final, aproveitando o ensejo para verberar a política
em vigor, que não acarinha a Cultura, por aparente desconhecimento da importância
vital que as manifestações culturais de todo o género efectivamente representam
para um Povo.
Publicado em Cyberjornal, edição de 16-01-2013:
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