Já passaram mais
de cinco anos, as portas continuam abertas e muita gente por lá tem entrado e
saído e a partir de lá continuo, felizmente, activo.
Estabeleceu-se,
de novo, a discussão acerca do
montante das pensões de reforma. Claro que se pretende falar – mas não se fala
– das tais pensões milionárias ou as daqueles que, até 2005, ocuparam funções
políticas durante meia dúzia de anos e auferem hoje boas maquias mensais, que
acumulam, aliás, com outras funções, pois que ‘saíram’ bastante novos e ainda
têm, portanto, forças ‘que importa aproveitar’…
Pôr tudo no mesmo
saco é, porém, imoral, como toda a gente sabe e proclama. E quando o senhor deputado
centrista Hélder Amaral, por exemplo, declara
que os reformados “têm um dever de solidariedade” para com o País, embora
compreenda que “não tenham culpa do actual sistema de contribuições fiscais”,
considerando ainda norma l que
“tivessem reais expectativas em relação
ao seu futuro” e acrescentando que o Governo terá de encontrar um “equilíbrio
justo” para que essas pessoas dêem o seu “contributo ao País”, à semelhança do
que sucede com o conjunto da sociedade portuguesa, o senhor deputado não tem a
menor ideia do que significa usar generalizações como essa. Aliás, eu duvido
até que ele saiba o real significado de algumas das palavras que usa. O mesmo
se diga do chefe do Executivo que criticou, a 16 de Dezembro, «os reformados
que recebem pensões mais elevadas, advogando a necessidade de que estes
procedam a um maior contributo para o Estado».
Desça do
pedestal, senhor deputado! Desça do pedestal, senhor Passos Coelho! Venham ver,
na realidade, como é que as reformas de grande maioria dos portugueses (ia a
escrever «dos vossos súbditos»…) estão a servir, neste momento, de indispensável
apoio a tantos pais septuagenários, octogenários e nonagenários, a tantos
filhos sem emprego, a tantos netos que estão, de facto, ao seu cuidado! Venham!
Desçam do
pedestal, meninos, e venham ver como se come o pão que o Diabo amassou, na
classe média que Vossemecês estão apostados a destruir ainda mais, sem se aperceberem
do que isso significa, porque… nunca estudaram História nem sabem, por isso,
como rebentam as revoluções!
Publicado no quinzenário Renascimento (Mangualde), nº 607, 01-01-2013, p. 3.
Concordo e gosto do seu comentário já tantas vezes tenho lido sobre este assunto. Tb sou reformada e sinto-me igualmente traída e abandalhada não só pelo governo que nos desgoverna ma principalmente pela maioria dos deputados que constituem a nossa AR. Ignorantes e vendidos ao sistema. E olhe que eu não sou de esquerda... sou até bem portuguesa. Saudações Inês Monteiro
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