Mui
raramente encontramos cadáveres. E ainda recordo a emoção
que tivemos, aquando das escavações prévias à construção
da cripta, em 1978-1979, na igreja de S. Bartolomeu, em Coimbra, ao
verificarmos que uma das jovens ali enterradas estava praticamente incorrupta…
Uma
emoção estranha, que se tem
igualmente quando abraçamos alguém que é apenas pele e osso. Foi essa, de
facto, a sensação angustiante que
tive quando abracei meu tio Lázaro, no Centro de Medicina e Reabilitação do Sul. Pensei, naturalmente, o pior. Mas não!
Mercê da excelência de cuidados que ali lhe foram prestados, meu tio renasceu,
o esqueleto ganhou carne e, embora mantenha o aspecto franzino sobre que Vítor
Barros já aqui escreveu («O Lázaro sempre foi pequenino»…), este Lázaro
ressuscitou!
Escusado
será, pois, dizer que me insurjo contra esta mania de se querer acabar com as instituições
que mantêm elevado grau de excelência nos serviços que prestam. E estou
inteiramente do lado do nosso presidente da Câmara nas preocupações
manifestadas perante a Administração
Regional de Saúde do Algarve, a 10 de Novembro passado, de que Noticias de S. Braz se fez eco na pág. 8
da edição desse mês, e sobre que o
nosso Director tec eu mui sábias
considerações no editorial, sob o título «Regredir».
Urge,
por conseguinte, que todos nos unamos numa luta que é, afinal, de todos, pela
manutenção , em óptimas condições de
funcionamento, de uma estrutura de saúde que honra S. Brás, o Algarve e o País!
Publicado em Noticias de S.
Braz nº 216, 20-12-2014, p. 17.
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