Serenamente
e sem grandes alardes, as colectividades lá vão prestando como podem (e lhes
deixam…) os mais relevantes serviços à comunidade em que se inserem,
nomeadamente contribuindo para cimentar imprescindíveis laços de vizinhança. Iniciativas
da mais variada ordem preenchem o seu calendário anual e somos, de vez em
quando, surpreendidos pela informação de que jovens atletas vieram medalhados
de importantes competições internacionais.
Soube,
por exemplo, que tal acontecera no caraté, na Alemanha, numa prova europeia, em
que jovens de Janes e Malveira arrebataram medalhas. E, a 23 de Novembro, por
ocasião do 29º aniversário de Clube Desportivo da Costa do Estoril, sediado em Alapraia,
ficámos a saber que, no badmington, modalidade desportiva em que o Clube agora
aposta, se estava a ganhar grande relevo, inclusive com campeões a nível
internacional.
Regozijamo-nos!
Um estranho nome: Zyryab!
Houve
sessão comemorativa do 29º aniversário desse clube, a 23 de Novembro. Cabral de
Sousa, o presidente, deu conta do que se procura fazer; Manuel Andrade,
presidente da Mesa da Assembleia-Geral, saudou a presença de associados e
amigos, realçando o facto de o senhor presidente da Câmara se ter feito representar
por um dos directores municipais, Miguel Arrobas, que tem a seu cargo o pelouro
das colectividades, educação e acção social e que, usando da palavra, se
congratulou com as iniciativas levadas a cabo ao longo do ano.
Na
sala, ouviam-se sotaques vários, a indiciar quanto a colectividade constituía
elemento congregador de uma população cosmopolita.
Evocou-se
Tito Iglésias, sócio recentemente falecido, poeta, homem de cultura, que legou ao
Clube toda a sua biblioteca.
Falou-se
de música (aliás, uma das grandes actividades do clube, bem patente nos quadros
que ornam as paredes do seu salão nobre); disse-se poesia; e ouviu-se o quarteto
de guitarras Zyryab, que interpretou cinco temas da ‘Carmen’, de Bizet, e um trecho
de Carlos Paredes.
O
quarteto foi fundado em 1999 por Luís
Miguel Aveiro, que juntou a si Daniel Sousa, Ricardo Nogueira e Luís Roldão. Não
é a primeira vez que actua no Clube e Zyryab – literalmente,
«pássaro negro» em árabe – é o nome
por que ficou conhecido Abu Al-Hasan Ali ibn Nafi (789-857), músico que, como
referiu Paco de Lucía, «influenciou decisivamente a evolução da tradição
musical árabe na Península Ibérica. Atribui-se-lhe a invenção do plectro (pua)
utilizando a pluma dianteira da águia; também acrescentou uma quinta corda ao alaúde
e criou uma escola musical sem precedentes. A tradição considerou-o o pai da
música do Al Andalus». O quarteto quer, pois, seguir-lhe as pisadas – e vai
muito bem!
Cocheiras Santos Jorge e… estufa!
Não há meio de se salvaguardarem
e reabilitarem as cocheiras de Santos Jorge, pérola arquitectónica do Estoril,
que, pelo seu estado de abandono, a todos envergonham (se calhar, menos àqueles
que deveriam envergonhar-se). No resto do edifício (demolido) foi autorizada a
construção de um condomínio entre 1991 a 1993. Contudo, por informações que ora
tivemos, «ainda se mantém na antiga propriedade uma lindíssima estufa que
lamentavelmente está totalmente abandonada e em muito mau estado de conservação».
Há,
por conseguinte, que meter mãos à obra e… salvar também a estufa!
Cascais na Sociedade
de Geografia de Lisboa
Costa do Sol já teve ocasião de noticiar
a sessão realizada, no passado dia 26 de Novembro, na Sociedade de Geografia de
Lisboa, presidida pelo Engº Elias Gonçalves.
Para
além do presidente da edilidade, estiveram presentes técnicos camarários, que
explicaram o que se pretende levar a cabo para minorar as agressões ambientais,
e outros especialistas, entre os quais o Engº Miguel Azevedo Coutinho, filho do
edil em cujo mandato se comemoraram com brilhantismo os 600 anos da elevação de
Cascais a vila e um dos nossos peritos em questões hidráulicas, mormente no que
concerne à prevenção de cheias e inundações.
João
Henriques, responsável pelo arquivo municipal, teve também ensejo de traçar uma
panorâmica dos 650 anos da história cascalense. A este propósito, permita-se-me
que mais uma vez me regozije pelos painéis sobre essa temática que ora se
mostram nos baixos dos Paços do Concelho, idênticos aos que, mui acertadamente,
estiveram patentes no paredão.
Publicado em Costa do Sol – Jornal Regional dos Concelhos de Oeiras e Cascais,
nº 73, 10-12-2014, p. 6.
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