Sigo,
pois, a sugestão e os ensinamentos do Padre Afonso e aí vão dois ou três
apontamentos, para que se não esqueça como foi e, se calhar, como daqui a pouco
voltará a ser.
Assim,
ainda em meados do século
passado, para as galinhas não chocarem eram metidas em água para se lhes
tirar… a febre! Isso de ir para o choco – e lá maternalmente estavam 21 dias!...
– era, de facto, febre que lhes dava. Por vezes, vinha mesmo a jeito, porque
importava que os pintos saíssem pela Lua Cheia ou em Quarto Crescente, mais
fortezinhos nas pernas…
Estava
em causa o acrescento da capoeira e, consequentemente, todos os cuidados eram
poucos: alcofinha com palha e todos os dias lá se ia levantar a ‘menina’ para a
pôr a comer, a beber e a… sujar! À saúde de mãe e filhos em gestação nenhum mau agoiro poderia sobrevir! Nada de “deitar
a galinha” com 13 ovos! Dava azar! E deitá-la em dia de sábado também não
convinha nada, porque se acreditava que sairia ninhada de galos e, na capoeira,
basta um de cada vez! Galinhas, sim, querem-se muitas, poedeiras, de carninha
rija e sempre prontas a ensinar os filhotes a debicar o que devem quer seja
comida quer grãozinhos de areia e pedacinhos de cal.
A
sabedoria popular a que, hoje, nem sempre as máquinas dão a atenção devida!
Publicado em VilAdentro
[S. Brás de Alportel] nº 178, Novembro de 2013, p. 10.
Filipa escreveu: "Muitas vezes eu fui dar comer às galinhas que estavam no choco. Era uma delícia o contato com a natureza."
ResponderEliminarPepita Cardoso: «É bom relembrar...».
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