Por
essa norma nos temos guiado ao longo dos séculos. Os monges medievais levaram-na
bem a peito, pois muitos deles passaram a vida a copiar manuscritos antigos e é
graças a esse árduo e meticuloso empenho que hoje podemos comungar desses
verdadeiros tesouros do pensamento humano.
O
facto de, neste ainda dealbar do século XXI, a tendência ser, cada vez mais, preguiçosamente,
para o «digital» e os livros já não são livros são ebooks, as cartas já não é o carteiro quem nas traz mas sim o nosso
computador que tem uma caixa de correio onde caem a todo o momento dezenas e dezenas
de emails, cujo destino é, amiúde, o
caixote do lixo, o recyble bin (!)… quando
alguém ou uma instituição se
disponibiliza a propor a edição de
um livro em papel, aqui d’el-rei, será que não pode fazer-se um ebook que, algures no etéreo, mui
potente e bem vigiado servidor guardará? Bem
andou, pois, a autarquia são-brasense em incluir no programa das comemorações
do centenário várias edições em papel. Aliás, já me regozijei – e muito! – por
ter resistido à tendência para disponibilizar a agenda cultural apenas em
formato digital; e agora cumpre-me referir três das edições programadas, duas
das quais já disponíveis: as cem biografias, da autoria do nosso director; a
história breve, de Angelina Pereira; e o IV volume das memórias de S. Brás,
dedicado aos ‘monumenta’, ou seja, aos inúmeros documentos que o Padre Afonso
Cunha recolheu.
Não
podemos senão… aplaudir! As festas e o fogo-de-artifício encantam, mas são
momentâneos; os livros ficam, de facto!
José d’Encarnação
Publicado em Notícias de S.
Braz [S. Brás de Alportel] nº 221, 20-04-2015, p. 21.
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