«Na
verdade, tal como em tempo de Romanos, também as placas epigrafadas de hoje têm
um significado explícito; mas, se calhar, o que nelas está implícito é ainda
mais eloquente!».
E
não foi inocente a referência à data de 2009, porque – relacionando-a com a
frase – me surgiu de imediato a imagem que ilustra esta breve reflexão. É que
já lá vão bastantes anos que chamei a atenção para o que se diz nesta placa
azulejada que alguém mandou colocar à entrada dos Paços do Concelho.
Repare-se,
para já, que eu escrevi «Paços do Concelho» e apenas «Paços do Concelho». Na
realidade, o que a placa pretende identificar é o edifício onde foi colocada e
esse edifício é a sede física do poder político concelhio, não é ‘o município
de Cascais’, que, esse, é um território a abarcar as cinco freguesias em que
ora se divide (e que lutaremos para que assim se mantenha organizado). E não
escrevi ‘Cascais’, porque… donde é que haveria de ser? De… Alguidares de Baixo,
ali? Está mal, portanto. Já incitei a que se corrigisse e, até ao momento, outras
têm sido as prioridades na azulejaria pública cascalense.
Mas eu também escrevi,
em Janeiro de 2009, sobre a importância do que «está implícito». E, na verdade,
vêm de seguida, nessa placa, as supostas traduções do que está na primeira
linha. E digo «supostas» porque não são traduções; estão mais ou menos
correctas em relação à ideia e não à escrita (excepto a do francês: diz-se «hôtel
de ville» e não «mairie»). O que me interessa ora ressaltar é a ordem pela qual
as línguas foram escritas, aqui há uns largos anos atrás: português,
castelhano, francês, inglês e alemão. E perguntar: seria, em 2012, essa a ordem
que se proporia? Seria outra? Porquê?
Publicado em Ecos
do Costa (Boletim Informativo do Clube Desportivo da Costa do Estoril), nº
30, Dezembro 2012, p. 5.
Bem haja!
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