Agradeço-lhe
sempre. Todos os anos fico na expectativa: «Sobre que nos irá escrever desta
vez?». E aprendo muito!
Este ano, o
assunto é o da sua preferência: a biodiversidade. Todos dependemos uns dos
outros. E, neste aspecto (começo pelo fim da sua mensagem), confesso que nunca tinha
pensado nisso: «Dos 70 kg
que peso, cerca de 2 kg são seres microscópicos (milhões,
portanto), a maioria deles importantíssimos
na defesa e manutenção do meu
organismo». Quem diria?!...
Contudo, o
exemplo deste ano é deveras elucidativo: o do embondeiro, cuja existência e
proliferação dependem (imagine-se!)
«de morcegos polinizadores, de aves e pequenos mamíferos dispersores»! E o
Professor Jorge Paiva demonstra por a+b que se trata de uma árvore da maior
utilidade, em que tudo se aproveita: «A goma da casca é utilizada como
antisséptico e antipalúdico; as fibras da casca servem para cordoaria, arreios,
fios e redes de pesca, cestaria, cordas musicais, etc.; […] as concavidades do
tronco servem para armazenar águas pluviais, utilizadas pelas populações; o
tronco oco serve de habitação e até
de sepultura; […] as folhas jovens são utilizadas na alimentação humana e do gado doméstico e para tratamento de
diarreias, febres, inflamações, picadas de insectos, asma e dificuldades respiratórias,
etc.; […] a polpa das sementes é utilizada na alimentação
e fabrico de refrescos, gelados e doçaria».
Matou o Homem cerca de 80% da cobertura vegetal que tínhamos
quando se iniciou o actual período de vida da Terra, o Holoceno; por isso, é
cada vez maior o aquecimento global, com todas as graves consequências que tal
acarreta.
Daí, a
mensagem natalícia de Jorge Paiva, a que mui gostosamente me associo:
consciencializemo-nos cada vez mais de que sem floresta e sem os outros seres vivos
não seremos capazes de sobreviver!
Publicado no quinzenário Renascimento (Mangualde), nº 606, 15-12-2012, p. 3.
Ficamos contentes por termos coincidido, nesta época de reflexão, na escolha de um motivo que é também ele uma estrela cintilante a apontar um caminho...saibamos nós levantar os olhos e tomar consciência do nosso dever de cidadania!
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