–
Ó tempo que eu já acabei isso! –
dizia-me amigo meu. E «isso» era ouvir os noticiários e ligar importância aos
‘políticos’. E acrescentava:
–
Eh moce: várias vezes me deu uma sulipampa e fui de urgência… Agora, o
que me lembro é da lengalenga de meu pai que rezava mais ou menos assim, para
explicar que, apesar das aparências, nada muda: «Sarraguça, faca velha, no debrum do alguidar; ou a cabra é muito
velha ou a faca não quer cortar!». Como o luzencu:
pisca e foge, foge e pisca e a gente não o agarra, não! Isto com o andar
disfarça e, parado, não se nota!...
Sabedoria
antiga!...
Mas…
fiquei a pensar na sulipampa, o chilique, o cair pró lado de repente. De onde
virá a palavra? Cair (pumba!) na chulipa do comboio não deve ser – o que não
significa que queda dessas, com perda de consciência, não desse mesmo para vir
a ser trucidado! Como, aliás, estamos a ser…
Publicado em VilAdentro [S. Brás de Alportel] nº 174/175, Julho/Agosto de 2013, p. 10.
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