O estudo,
transcrição e revisão devem-se ao doutor José Maria Pedrosa Cardoso, que foi
docente de História da Música na Faculdade de Letras de Coimbra (ora aposentado),
e que confessa ter sido a descoberta deste Passionário
que o despertou «há mais de 20 anos, para as lides musicológicas», em que se
tem notabilizado. Eduardo Magalhães encarregou-se da complexa musicografia.
Estamos
perante o códice SL.11-2-4, existente nos fundos daquela sociedade vimaranense.
Nele se contém, como se explicita na quarta capa, «a música monódica e polifónica
do canto da Paixão, tal como se executava no Mosteiro de Santa Cruz de Coimbra,
na 2ª metade do século XVI, em que a Semana Santa era solenemente celebrada».
Aí
temos o cantochão das paixões nas versões dos quatro evangelistas e o pregão
pascal, tendo sido possível identificar nelas «uma versão tradicional
portuguesa enriquecida com um ritmo crúzio bem marcado», de modo que «a presença
deste precioso manuscrito em Guimarães comprova a irradiação da música crúzia
para além do Mondego». E uma outra novidade se salienta: o registo de «algumas
frases em polifonia nas paixões de Domingo de Ramos (S. Mateus) e de Sexta-feira
Santa (S. João)».
Pela
sua beleza intrínseca e pelo elevado valor documental que detém, esta edição constitui,
sem dúvida, marco singular no quadro das manifestações culturais vimaranenses.
Congratulamo-nos!
Publicado em Cyberjornal, edição de 7-07-2013:
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