Fernando Pereira e a sua empresa, a Musical Entertainment,
são os novos produtores responsáveis pelos espectáculos e eventos do Salão
Preto e Prata do Casino Estoril. Fernando Pereira celebrou, recentemente, um
acordo com a administração da Estoril-Sol, no seguimento de um convite que lhe
foi formulado – informou ontem, dia 4, o Gabinete de Imprensa da Estoril-Sol.
Artista e produtor, Fernando Pereira apresentará os seus
próprios espectáculos e explorará, ainda, todas as produções concebidas pela
sua empresa. A estreia está
prevista para Setembro.
Terminará
assim um período de um certo apagamento desta sala, por onde já passaram as
maiores vedetas internacionais da canção e do musical.
Na
verdade, após as produções de Filipe La Féria, a última das quais, «Fado,
história de um povo», o Salão Preto e Prata praticamente deixou de ser falado e
até perdera o virtuosismo de outrora. Mantivera-se, durante muitos anos, a
tradição de casino, um pouco à moda dos espectáculos das Folies Bergères: um
excelente e bonito corpo de bailarinas e bailarinos, malabaristas, ilusionistas,
cantores… Recorde-se que aí ganharam nome Jorge Fernando, Rita Guerra e
Anabela, por exemplo, que foram presenças constantes durante muitas noites,
porque o fado era presença imprescindível, numa altura em que turista que vinha
hospedar-se numa unidade hoteleira de Cascais tinha, na ementa obrigatória, uma
passagem pelo Casino. E, nessas circunstâncias, o fado tinha de ser… servido!
Com
Mário Assis Ferreira, assessorado pelo actor Júlio César, iniciou-se depois uma
luxuosa série de espectáculos temáticos, como «Viva Mozart», «Dali», «Lisboa em
Pessoa» ou «Os Heróis e o Mar». E manteve-se a vinda de artistas estrangeiros
de renome, mas já sem o ‘brilho’ de antigamente, em que o Casino se arvorava.
Mui justamente, como plateia privilegiada do País, um pouco como o Olympia de
Paris; e hoje está largamente ultrapassado quer pelo Pavilhão Atlântico (com
outro tipo de músicas, é certo) quer pelos Coliseus de Lisboa e Porto.
A
proposta ora na mesa retoma, aparentemente, o esquema adoptado em relação a
Filipe La Féria, ainda que, naturalmente, o mundo da canção vá suplantar a
produção teatral propriamente dita.
Aguarda-se,
pois, com expectativa o modelo que vai ser adoptado, na certeza de que a
versatilidade de Fernando Pereira, cantor e imitador de raro mérito, poderá
trazer boas surpresas e aliciar-nos a ir uma e mais vezes saborear de novo o
vetusto requinte do Salão Preto e Prata, de que já temos saudades.
Publicado em Cyberjornal,
06-07-2013: http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=18574&Itemid=28
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