No
quadro desse bem comum e desse bem-estar que todas as candidaturas se propõem
conseguir, creio não estar longe da verdade se afirmar que desejam todos ser
cada vez mais vizinhos e cada vez menos condóminos.
A
palavra ‘vizinho’ deriva do vocábulo latino ‘vicinus’, que era o habitante do ‘vicus’, «a aldeia». E aldeia é assim um lugar pequeno, onde toda a
gente se conhece e, na necessidade, se entreajuda: um naco de pão, uma malga de
sopa, uns euros para o medicamento urgente, a boleia para ir ao médico… Há
proximidade, comunidade, na certeza de que assim melhor se logrará viver.
O
vocábulo ‘condómino’, ao invés, afirma-se como criação dos nossos dias, embora possa
filiar-se também no latim: con + dominus.
Dominus é o senhor, o dono, o que possui algo de seu; detém, pois, uma conotação
visceralmente económica. Do ‘ter’ em vez do ‘ser’. E condominus, por conseguinte, apresenta-se como «senhor em
conjunto», detentor dos mesmos interesses – económicos, claro!
Daí
o apelo: vamos ser cada vez mais vizinhos
e cada vez menos condóminos, certo?
S.
Brás pode dar, também neste domínio, um testemunho exemplar!
[Publicado
em Notícias de S. Braz (S. Brás de
Alportel), nº 200, 20 de Julho de 2013, p. 21].
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