Numa iniciativa do escritor
timorense Luís Cardoso, munícipe de Oeiras, que contou com a colaboração da
Biblioteca Municipal, realizou-se, no final da tarde do passado dia 19 de Maio, no
auditório daquela biblioteca, uma sessão comemorativa das 10 anos da independência
de Timor Leste.
Bárbara Reis, directora do Público, historiou
os passos dados no sentido de a independência se conseguir. O timorense João
Piedade, padre jesuíta, catedrático de Filosofia na Universidade Gregoriana de Roma,
acentuou a importância que a religião teve na manutenção de uma identidade,
tendo em conta que a presença portuguesa no território se prolongou por 500
anos e foi preciso lutar contra o obscurantismo que a Indonésia quis impor
durante 25 anos; «Os indonésios», disse, «nunca conseguiram conquistar o
coração timorense», fiel à língua portuguesa e à fé cristã. António Cardoso, professor
de História Contemporânea, referiu-se à investigação que está a orientar,
depois da descoberta de importante documentação sobre a história timorense, mormente
durante a II Guerra Mundial. Teresa Almeida teceu considerações sobre
«Literatura e identidade nacional»: depois de sublinhar que o ensino do Estado
Novo marcou a elite timorense, acentuou a importância de escritores como Fernando
Sylvan e Luís Cardoso na criação e reforço de uma literatura de raiz timorense,
aludindo, de modo particular, ao significado do livro «Crónica de uma Travessia».
Presente a vereadora da Cultura,
Professora Luísa Carrilho, sobrinha de Fernando Sylvan, que enalteceu o
interesse da sessão e louvou os organizadores. Encerrou a cerimónia um breve
concerto em que um quarteto interpretou cantares timorenses e outros de raiz
popular. Luís Cardoso agradeceu, por fim, toda a colaboração prestada, designadamente
pela direcção da biblioteca e todo o seu pessoal.
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