Ainda
que não haja por ali nenhum aviso nem tenha sido distribuído qualquer
comunicado, a esse respeito, à população ,
é agora proibido dar comida às aves do Parque Marechal Carmona, em Cascais. Tratava-se,
como se sabe, de um hábito muito corrente, que fazia as delícias da pequenada:
dar migalhas aos patos, aos pombos, às galinhas e até aos pavões.
Terá sido, porventura, o resultado
de uma nova qualquer directiva comunitária que o Executivo municipal se
apressou a mandar cumprir ou deriva de inconvenientes que, à primeira vista,
não se enxergam. Será que as migalhas poderiam trazer veneno e fazer mal aos
animais? Será que, desta sorte, essa população
ficava mais bem alimentada e o que importa, agora, é diminuir o número de
pombos, por exemplo? Vamos esperar pela informação
completa que os serviços cama rários
certamente vão facultar.
Em todo o caso, acrescente-se que, se não é permitido dar de comer, é completamente
permitido matar. Tal é a tarefa diária das gaivotas, que vorazmente se saciam
de pombos, de patinhos pequenos, de tartaruguinhas, de pintainhos, de ovos (que
vão roubar aos ninhos!)… Se não dar de comer viesse a evitar que as gaivotas
ali aparecessem, ainda vá que não vá; mas o que as gaivotas querem não são
migalhas, é carninha tenra, são ovinhos frescos… – e isso há por ali em abundância
e ao espectáculo desalmado, feroz e degradante dessa atrocidade não são as crianças
poupadas! Já se sugeriu a manutenção
das ninhadas, durante algum tempo, em sítio mais resguardado, inclusive onde a
pequenada as pudesse ver e as gaivotas não entrassem… Parece, porém, tarefa difícil
de levar a cabo. Proibir é sempre mais fácil, já se sabe!
Congratulamo-nos, no entanto, com o facto de ter sido ouvido o nosso
apelo: a estátua de Neptuno e a sua bonita envolvência estão a ser alvo de
restauro; e, pelo que tivemos oportunidade de ver, é natural que ainda este
Verão todo o sistema, inclusive o hidráulico, possa estar em funcionamento, para
gáudio dos milhares de pessoas que frequentam aquele parque, verdadeiro pulmão
da nossa vila!
Publicado no Cyberjornal, edição de 09-07-2012
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