«Isolina é uma das últimas representantes desses “poetas naturais”, que outrora supriram as necessidades líricas de todas as populações rurais; que deles também dependiam funcionalmente, para as letras de cantigas e bailados, baptizados, casamentos, aniversários e festas patronais».
E,
quando viu pela televisão o massacre de Santa Cruz, a 12 de Novembro de 1991, Isolina
não hesitou: pegou na esferográfica e escreveu o poema ‘Timor’, que termina
assim:
Estão
tão longe de nós
Ou
estão perto outra vez
Porque
a sua triste voz
Ainda
reza em português
(Percorri a Minha Terra, Cascais, 1993,
p. 97).
Essa
poesia dita «popular» constitui, a meu ver, um dos filões da História nossa
contemporânea, nomeadamente da História Local e Regional, a que importa dar
atenção e quiçá não seja despiciendo que dela se faça doravante ponto de
partida para investigação mais aprofundada.
Prendem-se
estas reflexões com dois acontecimentos da minha infância que ora, passado mais
de meio século, acabei por recordar em versos. Por isso, escrevi dois
despretensiosos apontamentos, na certeza de que poderão suscitar algum
interesse os temas a que se referem: a participação de soldados idos da Metrópole
na defesa dos Açores por ocasião da II Grande Guerra e o descarrilamento do
rápido do Algarve. Poderão ser lidos e comentados, respectivamente, neste blogue, em:
e
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