quarta-feira, 11 de julho de 2012

Taluda de Natal dá hospital a Cascais

            No Natal de 2004, a taluda saiu à Santa Casa da Misericórdia de Lisboa; na reunião da Mesa Administrativa de Fevereiro de 2005, a Provedora, Maria José Nogueira Pinto propôs que o dinheiro fosse encaminhado para a construção de uma Unidade de Cuidados Intensivos e Paliativos. A Unidade foi inaugurada, em Cascais, hoje, dia 10, no local onde se situava a fábrica da Standard Eléctrica, ou seja, em S. Gabriel, Aldeia de Juso, mesmo à saída da A5, portanto.
            Descerrou a placa identificativa, às 11.30 h., Jaime Nogueira Pinto, viúvo da patrona do estabelecimento. O Prior de Cascais, Padre Nuno Coelho, procedeu à bênção não das paredes (disse) mas fundamentalmente das pessoas: uma bênção para o amor, para “a proximidade nas vidas que vão passar por aqui e que especialmente vão necessitar da presença do Senhor». Seguiu-se uma visita ao piso térreo e ao 1º piso (quartos) das instalações, após a qual, ao meio-dia, houve, no exterior, a cerimónia protocolar da inauguração.
            O presidente da Câmara, Carlos Carreiras, acentuou a importância desta Unidade, «projecto de esperança onde antes havia desespero», forma de «aliviar o insuportável fardo da solidão», evocando a figura ímpar de Maria José Nogueira Pinto, sublinhando, a terminar: «As pessoas serão a nossa responsabilidade».
Jaime Nogueira Pinto, em sentida alocução, agradeceu e evocou também ele a sua esposa, salientando a sua «fé em Cristo», o seu «elevado sentido público, com absoluto desinteresse», a sua capacidade de saber «usar e repartir o tempo».
Pedro Santana Lopes, provedor da Misericórdia de Lisboa, realçou relevante papel que Maria José Nogueira Pinto teve na vida pública, designadamente na Misericórdia, onde deixou profundas marcas. Recordou que o pai dizia dela que não sabia se ela fazia aquilo de que gostava ou se gostava daquilo que fazia e referiu um dos aspectos que dela mais o impressionou: a velocidade com que caminhava, como se quisesse apanhar o tempo e muito havia que fazer! Após se ter referido à importância desta Unidade, pois «a grande doença deste século é a solidão» (palavras ainda de M. J. Nogueira Pinto), terminou: «Ela deve estar a sorrir com aquele sorriso bonito; ela deve estar contente».
            A nova Unidade, com uma área bruta de 4883 m2, é administrada por Carlos Andrade Costa e tem como directora clínica Maria de Jesus Rodrigues. O projecto representou um investimento de 9,33 milhões de euros. Distribui-se por 6 pisos: zona de serviços na cave, zona social no piso 0, internamentos nos pisos 1 a 4, com um total de 42 quartos, 11 deles individuais, num total de 73 camas. Serão mais de 120 os colaboradores em actividade, num plano de intervenção multidisciplinar (especialistas de Medicina Interna e de Fisiatria, enfermeiros especialistas, psicólogos clínicos, assistentes sociais…), em que se contará também com a estreita colaboração dos técnicos do Hospital de Alcoitão, que, como se sabe, é também pertença da Misericórdia de Lisboa.





Publicado no Cyberjornal de 10 de Julho de 2012:
http://www.cyberjornal.net/index.php?option=com_content&task=view&id=16582&Itemid=67

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