«Ainda que não haja por ali nenhum aviso nem
tenha sido distribuído qualquer comunicado, a esse respeito, à população, é
agora proibido dar comida às aves do Parque Marechal Carmona, em Cascais» –
assim começava um texto que publiquei a 9 de Julho de 2012. Dele dei
conhecimento a quem de direito, que fez o favor de me responder, informando que
a norma fazia parte dos regulamentos gerais camarários. Perguntei se não seria
interessante colocarem-se avisos com indicação dessa legislação, ainda que
fosse em letra miudinha. Ninguém me respondeu. Também nunca mais entrei com o
meu neto pela zona do lago, para o poupar ao espectáculo de as gaivotas a
atacarem as crias e a roubarem os ovos. Sobre isto, aliás, disseram-me que… era
a lei da Natureza: uns bichos comem os outros!
Consequentemente,
deixei de me preocupar com os bichos do parque. A vida é deles, amanhem-se!
Contento-me com deixar migalhas no meu jardim e consolo-me ao ver a passarada
vir cá comê-las!
Viveiros de peixe
SIC, jornal da noite, 12-03-2013. O tema: aquacultura.
Somos o 3º maior consumidor de peixe do mundo! Mas…
Processos a demorarem anos, vidas a
consumirem-se, investimentos à espera de pareceres e pareceres que se
eternizam, consultores e mais consultores, licenças disto e daquilo… Dinheiro a
esvair-se sem préstimo por entre os dedos, riqueza esperdiçada… Resmas e resmas
de papel gastas para uma licença dada por dez anos apenas: ainda agora começámos
e a década está a findar!...
Condições excepcionais das nossas
águas. Ostras a fazerem a delícia de franceses, em França…
E não há quem ponha mão nisto,
senhores? Ninguém vê?
O Dubai
Apresenta-se o Dubai como o
eldorado, pois riqueza por lá não falta e todos os técnicos são bem-vindos.
Fiquei, pois, altamente surpreendido quando recebi uma mensagem a informar-me
que o «Dubai não tem sistema de esgotos para os seus arranha-céus», dependendo,
por isso, de camiões-cisternas, que – tal como se mostra no vídeo http://forums.themavesite.com/index.php?topic=14510.0
– formam filas de quilómetros e quilómetros.
E
perguntamo-nos como é possível.
O inefável pendão para o chiste
Continuamos, felizmente, a conseguir
rirmo-nos de todos os nossos males, na sequência daquele célebre dito da II
Grande Guerra: «Queres boas anedotas de guerra? Vai a Portugal!».
E o puto é renitente a comer a sopa.
E a mãe insiste. E o puto começa em surdina: «Grândola, vila morena!...».
E a personagem do filme de 007:
– My name is Ervas. Bem, não era bem
assim, mas… deram-me a equivalência!
Outras… dificuldades!
Recebi a série de imagens que
mostram jovens: a tomar um café; a conviver num restaurante; a desfrutar das
belezas de um museu; em agradável encontro no café; a gozar um dia de praia; a
apoiar no estádio a sua equipa; a usufruir da companhia da noiva; a passear na
cidade num descapotável… Traço de união entre todas as imagens: os polegares
não cessam de tec lar no telemóvel e
ninguém liga a quem lhe está ao lado!...
«Temo o dia em que a tec nologia
se sobreponha à humanidade. Então o mundo terá uma geração
de idiotas».
A faceta negra dos funcionários
No editorial da
passada edição (13-03-2013), o nosso
director verberou o péssimo funcionamento dos serviços encarregados de fazer a
avaliação dos imóveis. Interroga-se
mesmo se isso não fará parte de uma campanha para denegrir a imagem dos
funcionários públicos ou se é mesmo verdade que, neste caso, quem está a fazer
este serviço denota, de facto, uma total incompetência e devia ser de imediato
suspenso de funções: «Classificar imóveis de apenas um piso
com vários, idades de mais de 60 anos passadas para metade, números de
assoalhadas definidos por estimativa dão uma imagem pouco digna de quem exerce
a profissão de servidor público».
Claro
que, ainda por cima, temos de pagar para que seja feita a correcção de um erro que não nos pode ser imputado!...
É
esse, na realidade, o meu medo, como já aqui por diversas vezes assinalei: que
o funcionário, tratado como é pelo omnipotente e déspota Estado, se esteja nas
tintas para fazer bem o seu trabalho. Pode ter razão; mas precisa de ver que os
prejudicados são os seus vizinhos – ou talvez também ele próprio – e não esse
Estado cujo bafo a gente nunca vê mas sente, oh se sente!...
Publicado em Jornal de Cascais,
nº 334, 27.03.2013, p. 6.
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