Aliás,
não estarei certamente longe da verdade se afirmar que a primeira pessoa tocada
pela densidade forte dessas palavras poucas foi a ilustradora do livro, Beatriz
Sousa, que, também ela em pinceladas aparentemente simples e breves, realça e
retrata a preto e branco, magnificamente, a mensagem recebida.
Sugere-nos
No Orvalho das Horas um apelo:
escoa-se-nos o tempo por entre os dedos, tem duração
efémera qual gota de orvalho a perlar pétalas de rosa… Há que deliciadamente
aproveitá-lo!...
E
chegou-me, entretanto, o número de Fevereiro do nosso Notícias de S. Braz. Vem, como sempre, recheado de poemas. Há a
habitual página cheia, a 18: Manuel J. Dias Ramos, Isidoro Cavaco, Manuel de
Sousa Neves, Josélia Viegas, João Timóteo, Margarida Lourenço, Diamantino Brito.
Mas há versos espalhados pelo jornal todo: na p. 9, a homenagem da Carola da
Mesquita ao seu fundador; na 14, Maria Helena Ramos, Maria de Lurdes Cipriano e
a evocação (anónima) de António Rodrigues
Rosa; na 17, Maria José Fraqueza; na 19, Catarina Guerreiro; na 21, Fernando Henrique
de Passos; na última página, a 24,
a «poesia do mês», de Luciano Martins Lourenço; e até na
página da necrologia Josélia Viegas dedica uma sextilha a Manuel de Sousa
Martins (1923-2013), um canteiro do Corotelo, que também fazia versos: «Meio poeta
e canteiro / Trabalhou no concelho inteiro / Com orgulho e perfeição . / O seu nome está gravado / No trabalho
realizado / Fica a recordação ».
Uma
característica comum abraça todas estas composições, que, em boa hora, Notícias de S. Braz não hesita em publicar:
elas constituem o reflexo do nosso património imaterial. Trata-se de uma forma
de expressar sentimentos face ao quotidiano vivido, uma forma agradável de os perpetuar
– quais jograis da Idade Média!
[Publicado em Notícias de
S. Braz, nº 196, 20-03-2013, p. 15].
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