Se
calhar (o poeta não o diz), foi por isso que António Salvado deu o título de O Sol de Psara a mais um dos seus livros
de poemas (Editora Licorne, 2011, 40 páginas, ISBN: 978-972-8661-74-8).
Perpassa
por todas as páginas um lirismo intenso, que ressuma, aqui e além, contido mas
cálido erotismo: «Quem me dera ser o vento: / tu, nua, receberias / nos teus
seios meu alento.» A doçura da entrega sugerida: «em ti descansam praias e
desvelos»… «Repouso no teu colo uma alcachofra».
As
palavras ditas mas cujo eco nem sempre se conhece. Solilóquio? Sonho? Desejo
por cumprir? Convoca-se a Natureza, as flores, os riachos, as estações do ano,
a paisagem serena da manhã e ao sol-pôr – para a comunhão amorosa!
E
os espaços nos versos obrigam a pausa. Assim:
Que os atalhos conduzam sempre aonde
Se glorifique a
pressa do encontro.
Não vamos por
atalhos. Seguimos, porém, com o autor, a linha do horizonte – onde temos pressa
em repousar!
Publicado em Cyberjornal, edição de
30-03-2013:
Estimado senhor
ResponderEliminarsó um bom pesquisador consegue distinguir um livro assim. Obrigado. Licorne