domingo, 17 de fevereiro de 2013

Violência na Escola - O luto da comunidade educativa

             Facilmente se encontrará na Internet – por exemplo, em http://educar.wordpress.com/2013/01/31/carta-aberta-morreu-um-de-nos-e-b-23-professor-oscar-lopes/ – a carta aberta assinada por docentes e funcionários da Escola Professor Óscar Lopes, de Matosinhos, em que se dá conta da enorme consternação que se apoderou de toda a Comunidade Educativa, devido à morte, por colapso cardíaco, de um dos vigilantes, quando tentava dominar um aluno desordeiro.
Começa assim:
«Morreu um de nós: um daqueles que zelava pela segurança de todos (alunos, funcionários e professores); o nosso elo mais forte, em pleno exercício das suas funções.
            […] Já na Direção Executiva, e perante o continuado comportamento violento, o vigilante Correia, manietando o aluno, manteve-se como pilar determinante na segurança física de outros elementos da Comunidade Educativa, que tentavam também intervir. Mais de dez pessoas tentaram, sem sucesso, conter o aluno!
Assim, perante uma violência física e emocional tão demorada e brutal, o vigilante Correia colapsou».
E assim termina, depois de circunstanciadamente se narrarem os factos e as reacções da Direcção Regional de Educação do Norte:
«Morreu o Sr. Correia, dizemos. Já tinha problemas de saúde, dirão. Nos olhos uns dos outros lemos: “Mataram o Sr. Correia!”».
A carta tem como finalidade não remediar o que já não tem remédio, mas gerar uma corrente que leve as entidades e, designadamente, os Serviços Tutelares de Menores a terem uma acção mais acutilante. E – que me seja permitido acrescentar – sei do que falo, porque fui, no ano lectivo de 1963-1964, professor na Escola Profissional de Santo António, em Izeda, nessa altura dependente dos Serviços Tutelares de Menores, e tive a meu cargo jovens delinquentes de idades entre os 12 e os 15 anos.

Publicado em Cyberjornal, edição de 16-02-2013:

1 comentário:

  1. Através do FB, este comentário de Cláudia Pereira, que agradeço:
    «Isto é algo crescente em nossa sociedade! Não é possível fechar os olhos diante de tais acontecimentos. Existe um documentário que trata um outro lado da questão.Documentário norte-americano chamado Bullying. As cenas são chocantes, rotineiras. É somente a ponta do iceberg.»

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